A história da cidade – Parte III

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Em dia de finados, os Cemitérios…
O Patrimônio Histórico é elemento fundamental para representar a história de uma sociedade, porque é todo bem produzido no decorrer de sua existência e possui significativa importância como elemento de memória para entender a cultura, os hábitos e as características no passado.
O patrimônio histórico, artístico e cultural de um povo, além de ser sua identidade construída ao longo dos anos, está identificado como um grande e variado conjunto de acervo, que significa a representação dos registros dos eventos e dos acontecimentos nas fases históricas de uma comunidade e a sua caracterização, que é a mais importante delas (BARRETO, 2004). Nessa perspectiva estão espaços da cidade que muitos podem não compreender como patrimônio histórico, como os cemitérios.
Em Criciúma, sul de Santa Catarina, a importância dos cemitérios não está nas obras de arte como em Buenos Aires ou Paris, mas está como elemento de identidade e memória urbana, porque são referenciais na paisagem e ajudam a contar o processo de expansão da cidade.
Até a década de 1960, a maioria da população do bairro Próspera sepultava seus “mortos” no cemitério municipal, que ficava na Rua Desembargador Pedro Silva, no centro da cidade de Criciúma, atrás do atual terminal central de ônibus [hoje terreno ocupado por um supermercado]. A construção do cemitério do bairro Brasília, na Próspera, passou ela criação desde bairro. (SILVA; MORAES, 2001, p.25).
As terras do que seria o cemitério do Bairro Brasília eram da Carbonífera Próspera S.A., assim como quase todo bairro. Na ideia de manter o mineiro próximo e ligado à empresa, tanto pelo trabalho quanto por outras “vantagens” como casa, armazém, etc., as Carboníferas costumavam financiar a criação de novos bairros. O bairro em questão foi assim chamado para homenagear a capital do Brasil. O cemitério é marca da mineração na localidade.
Segundo Silva e Moraes (2001), ao entrar no cemitério é possível observar as capelas maiores e em localização privilegiada dos imigrantes. “Assim na organização do espaço, encontramos a diferença de classe social. O lugar dos mortos, então, reflete a realidade do lugar dos vivos” (SILVA; MORAES, 2001, p.27).
Durante a retirada do cemitério da área central, criou-se também o Cemitério Municipal junto a Avenida Santos Dumont. A escolha do local surge com os princípios de higienização do centro da cidade. Ali, a capela mortuária foi desenha pelo arquiteto Fernando Carneiro em linguagem modernista, com linhas retas e simplicidade de ornamentações. Junto ao desenho do cemitério veio a ideia de expansão dessa área da cidade, até então, uma pista de pouso de pequenas aeronaves.
Outro cemitério que ajuda a contar a historia de expansão urbana da cidade é do bairro Rio Maina.
No final da década de 1940, a comunidade decidiu pela transferência do cemitério para uma área que ficava na parte mais baixa da comunidade. […] a transferência deu-se em função de que o antigo local era alto e localiza-se em lugar privilegiado para a construção da nova capela para a localidade (OSORIO; MILANEZ, 2001, p.32).
O espaço do cemitério na cidade de Criciúma apresenta-se como um lugar de ritual, passando a se configurar como lugar de memória tanto pelas arquiteturas, as histórias registradas nos nomes das placas, e no caso de Criciúma porque é a sua criação ou alteração de lugar que direciona pontos de expansão urbana.
Continuaremos a conhecer Criciúma…
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Curiosidade!
Quem se interessar pelo tema, há outros cemitérios pelo mundo que nos ajudam a estudar o patrimônio, a arquitetura e a história como o Cemitério da Recoleta em Buenos Aires e Père-Lachaise em Paris.
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Referências:
BARRETO, Margarita. Turismo e legado cultural: As possibilidades do planejamento. Campinas, SP: Papirus, 2004.
OSORIO, Paulo Sergio; MILANEZ, Terezinha P. Abel. Circulando pela “cidade dos Mortos” O cemitério do Rio Maina – Criciúma. In: OSTETTO, Lucy Cristina; COSTA, Marli de Oliveira. Circulando por lugares sagrados: reconhecendo a memória religiosa de Criciúma. Criciúma, SC: UNESC 2001. 113 p. (Cadernos do patrimônio histórico de Criciúma; 1).
ROCHA, Sandro Correia. Cemitério como forma de proteção do patrimônio histórico: o cemitério da Soledade. Disponível em: < http://srocha182.jusbrasil.com.br/artigos/178702672/cemiterio-como-forma-de-protecao-do-patrimonio-historico-o-cemiterio-da-soledade&gt;. Acesso em 30 de out. de 2015.
SILVA, Ana Cristina; MORAES, Cristiane Matiola. Cemitério do Bairro Brasília: um lugar de memória. In: OSTETTO, Lucy Cristina; COSTA, Marli de Oliveira. Circulando por lugares sagrados: reconhecendo a memória religiosa de Criciúma. Criciúma, SC: UNESC 2001. 113 p. (Cadernos do patrimônio histórico de Criciúma; 1).

Ponte Hercílio Luz: Um exemplar da arquitetura do ferro pede socorro

http:Fonte: //www.deinfra.sc.gov.br/jsp/informacoes_sociedade/ponte_HercilioLuz.jspFonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ponte_Herc%C3%ADlio_Luz_Florianopolis.jpg

A ponte Hercílio Luz de Florianópolis foi construída em 1922 e inaugurada em 1926. Projetada durante o governo de Hercílio Luz, o nome da obra seria Ponte da Independência, o qual foi mudado após a morte de seu idealizador, em póstuma homenagem. O projeto é de autoria dos engenheiros norte-americanos Robinson e Steinman  da empresa American Bridge, e todo o material nela empregado foi trazido dos Estados Unidos, tendo sido construída por equipe composta de dezenove técnicos especializados norte-americanos e operários catarinenses. O objetivo era ligar a ilha ao continente, travessia que antes da ponte ser construída era feita apenas por balsas.

Fonte: http://www.deinfra.sc.gov.br/jsp/informacoes_sociedade/ponte_HercilioLuz.jspFonte:http://portalarquitetonico.com.br/ponte-hercilio-luz/

Considerada a maior ponte pênsil do Brasil e uma das maiores do mundo, com extensão total de 820 metros de comprimento, era a única ligação entre a Ilha de Santa Catarina e a parte continental de Florianópolis até 1975, quando foi concluída a obra da ponte Colombo Salles. Foi desativada para tráfego de veículos e pedestres no ano de 1982, por motivo de segurança, pois já nesta época a estrutura apresentava problemas nas peças do vão central. Transformada em monumento histórico, foi declarada e tombada  como patrimônio municipal em 1992 e como patrimônio estadual  e federal em 1997.

Além de ser uma ponte em estrutura metálica pênsil (existem muito poucas no Brasil), tem como característica marcante a sua suspensão formada por correntes de barras de olhal em aço, articuladas por pinos também de aço, sendo atualmente a única no mundo com partes das barras compondo a corda superior da treliça de rigidez. É a mais longa ponte pênsil com sistema de barras de olhal no mundo.

Fonte:http://www.deinfra.sc.gov.br/jsp/informacoes_sociedade/ponte_HercilioLuz.jsp

Com seu ineditismo estrutural e sua forma plástica marcante, a Ponte Hercílio Luz participou ativamente das várias etapas de desenvolvimento da cidade durante grande parte do século 20, tornando-se um marco referencial da história local. Deste modo a ponte passou a ser considerada um dos principais ícones da cidade de Florianópolis, ligada fortemente a sua identidade e a memória afetiva de seus moradores.  A ponte compõe um cenário peculiar, formado por um conjunto único de Patrimônio Cultural Arquitetônico e Paisagem Natural, que a torna um símbolo de referência para a comunicação da marca do lugar importante também para o setor turístico.

Em maio deste ano, a Ponte Hercílio Luz completou 89 anos. Mais de 33 anos após a primeira interdição, a restauração ainda não tem data para ser concluída. Obras já somam o valor de mais de 500 milhões de reais gastos, mas o risco iminente da ponte cair continua sendo declarado nas mídias. É importante ressaltar que a cidade sem este monumento perderia não apenas parte do seu passado, mas um elemento de identificação e representatividade deste exemplar único de arquitetura do ferro que também precisa ser preservado como patrimônio tecnológico de uma fase marcante da engenharia nacional e internacional.

Fonte:http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/15.178/5494

Para saber mais:

http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2015/09/investigacao-aponta-gasto-de-r-563-milhoes-na-reforma-da-ponte-hercilio-luz-4858020.htmlhttp://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2015/10/com-nova-etapa-de-estruturacao-reabertura-da-ponte-hercilio-luz-fica-para-2018-4862083.htmlhttp://www.fcc.sc.gov.br/pontehercilioluz/?mod=projetohttp://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/15.178/5494
http://construcaopontehercilioluz.blogspot.com.br/2011/07/construcao-da-ponte-hercilio-luz-em.html
http://www.deinfra.sc.gov.br/jsp/informacoes_sociedade/ponte_HercilioLuz.jsp

http://floripendio.blogspot.com.br/2010/05/hercilio-luz-e-sua-ponte.html

A história da cidade – Parte II

Igreja Santa Bárbara – a igreja dos mineiros

A capela simples de madeira construída na década de 1920 para abrigar a santa protetora dos mineiros era próxima a “mina velha” – primeira mina explorada pela Companhia Brasileira Carbonífera de Araranguá (CBCA), onde hoje se encontra o Bairro Operária Velha, na cidade de Criciúma, sul de Santa Catarina.

A mudança para o local atual ocorreu nos anos de 1930. O local escolhido não foi por acaso: “[…] pois da capela avistava-se a boca da primeira mina aberta em Criciúma. Assim, os mineiros do local de trabalho podiam avistar com nitidez a capela que parecia vigia-los dia e noite” (PERITO, 2001, p.21). A capela foi finalizada em 1935.

A Santa escolhida como padroeira foi Santa Barbara. Não se sabe ao certo o porquê, mas acreditasse que a escolha esteja relacionada à cultura dos mineiros europeus. Na França, os mineiros cultuam Santa Barbara como padroeira. É atribuída a proteção contra raios e tempestades, relacionando às explosões nas minas.

Entre as décadas de 1940 e 1960, Criciúma vive intensamente a exploração do carvão mineral. A cidade teve crescimento significativo e o bairro era uma vila de mineiros, com moradores envolvidos direta ou indiretamente com a atividade. Por isso, em 1950 iniciam-se os planejamentos para uma nova igreja, que fosse maior para atender ao número de fiéis.

A obra finaliza-se em 1959 (figura 01). A arquitetura tem referências da arquitetura medieval, especialmente nos ornamentos. Além disso, possui pinturas nas paredes que simbolizam a atividade nas minas e a via sacra. As representações foram feitas pelo Padre italiano Agostinho Caput na década de 1960.

Figura 01

A Igreja é um marco importante na paisagem da cidade. Sua importância não está no valor arquitetônico, mas sim na construção de um lugar de memória: inicialmente com as casas de madeira dos mineiros delimitando a rua e conduzindo à igreja (figura 02). Atualmente, a memória religiosa está presente no símbolo: como lugar sagrado, e também no desenho urbano que ainda preserva a linearidade até a arquitetura, permitindo em diferentes temporalidades narrar o espaço e sua história (figura 03).

Figura 02

Figura 03

Continua…

Referências:

OSTETTO, Lucy Cristina; COSTA, Marli de Oliveira. Circulando por lugares sagrados: reconhecendo a memória religiosa de Criciúma. Criciúma, SC: UNESC 2001. 113 p. (Cadernos do patrimônio histórico de Criciúma; 1).

As imagens foram acessadas no dia 18 de outubro de 2015, através do site: <www.google.com/images>.

Turismo e o Patrimônio Cultural: uma relação construída para interpretar, valorizar e preservar

Turismo Cultural

O turismo tem forte relação com o patrimônio cultural e ocorre com mais intensidade nos centros históricos das cidades, lugares onde a memória habita. Isso acontece porque a cidade em si própria se constitui um recurso turístico, não precisando que os visitantes entrem em museus ou em outros espaços de visitação. O turismo na cidade acontece simplesmente através de passeios por zonas urbanas em que a própria cena reforça os atrativos culturais.

O patrimônio histórico, principalmente as edificações e os monumentos, são bastante procurados pelos turistas. Mas, essa categoria do turismo deve ser muito mais que visitas a museu, a bibliotecas e a monumentos históricos. Ela deve proporcionar também um importante contato entre o turista e as pessoas do local, do seu cotidiano e da sua cultura, e tem função importante para conservação da memória e identidade local, colaborando para que a cidade reconstitua a sua história. Em alguns locais históricos, são criados espaços privilegiados para os turistas, favorecendo sua presença.

Um dos fatores que impulsionam a procura por esse tipo de turismo é a curiosidade em conhecer novos lugares e culturas diferentes (ROVEDA, 2003). O turista busca imagens, percepções, conhecimentos, emoções onde ele pode interpretar a história e desvendar a cultura local. Ele não quer ver apenas lembranças do passado para serem guardadas, mas sim, o significado que a história teve para o lugar e as lembranças que possam ser perpetuadas com um uso ou utilidade.

Nesta relação entre turista e patrimônio cultural, o passado é revivido não apenas para ser legítimo, mas para servir como ponto de conexão entre saberes antigos e os que estão sendo construídos (BISOGNI e COELHO, 2007). Essa procura por cultura, de um lado leva ao crescimento do turismo urbano, e dentro dele uma procura por turismo histórico, artístico e nacional. Com essa forte tendência contemporânea do turismo, estamos assistindo ao crescimento e a criação de uma indústria mundial forte e o patrimônio cultural é um ator responsável nessa transformação (ROVEDA,2003).

Nesse contexto, a educação patrimonial e turística surge como um elemento importante porque através dela é que são construídos conhecimentos capazes de qualificar tal atividade. Entender o sentido de interpretar, preservar e valorizar o patrimônio pode ser uma alternativa para a conservação de elementos históricos e culturais de cada município. Quando esses conceitos são entendidos, o risco de ter a integridade do patrimônio alterada é menor. Se o turista entender o que é interpretar, ele irá auxiliar na conservação do atrativo (OLIVEIRA e TEIXEIRA, 2007).

A utilização turística dos bens culturais pressupõe sua valorização, promoção e a manutenção da memória. Valorizar e promover significa difundir o conhecimento sobre esses bens e facilitar seu acesso e usufruto. Significa também reconhecer a importância da cultura na relação turista e comunidade local, proporcionando que tal relação ocorra de forma harmônica (BRASIL, Ministério da Cultura, 2006). A valorização do patrimônio consiste também em uma forma de reforço das identidades locais, servindo de fonte de conhecimento e inspiração para formação e desenvolvimento cultural.

Mas vale ressaltar: A relação turismo e patrimônio cultural é sadia quando estimula positivamente a manutenção da memória genuína e por conseguinte, dos edifícios e centros urbanos relacionados com estas vivências. Cenários criados através de memórias forjadas para o simples consumo visual e econômico, estimulam uma espécie de tensão entre a noção de patrimônio e a especulação, nociva para a construção de identidades culturais que devem ser o reflexo real da história e de seus significados.

BISOGNI, Lucia; COELHO, Eva Regina Barbosa. História e turismo cultural. X Encontro Nacional de Turismo com base local. Identidade cultural e desenvolvimento local. João Pessoa – PB, 05 a 09 de junho de 2007.

BRASIL, Ministério da Cultura. Turismo cultural: orientações básicas. 2006.

OLIVEIRA, Juliana; LUCAS, Sergio; TEIXEIRA, Tania Cristina. Turismo responsável: uma alternativa para o desenvolvimento sustentável? X Encontro Nacional de Turismo com base local. Identidade cultural e desenvolvimento local. João Pessoa – PB, 05 a 09 de junho de 2007.

ROVEDA, Fernando. Turismo e patrimônio cultural memória e identidade do patrimônio tombado do município de Antônio Prado. Caxias do Sul – RS. 2003. Dissertação de Mestrado em Turismo – Universidade de Caxias do Sul.

A história da cidade – Parte I

1978

Igreja Nossa Senhora da Salete, Criciúma, Santa Catarina: a Igreja e o carvão

Entre as décadas de 1940 e 1970, a cidade de Criciúma teve sua paisagem fortemente marcada pela economia da extração do carvão. Das várias áreas mineradas e vilas operárias, uma delas é o bairro Prospera.

Nos dias atuais, é possível perceber indícios da indústria carbonífera, como a chaminé que fazia parte da estrutura da usina elétrica, algumas casas de operários, além da memória religiosa da Igreja Nossa Senhora da Salete, no chamado “coração” do bairro.

Para erguer a Igreja, Silva e Moraes (2001) contam que a Carbonífera exploradora do carvão na região doou o terreno e ajudou nas obras,

A história da construção deste “templo sagrado” emerge da década de 1950, tempo em que a população da Próspera já era bastante expressiva, em virtude do oferecimento de emprego na mineração. […] Com o passar do tempo, o número de habitantes do bairro foi crescendo, pois a carbonífera abria minas e mais pessoas vinham trabalhar na mineração. A capelinha [de madeira] tornou-se pequena para o elevado número de fiéis. Então, em torno de 1950, foi construída uma outra capela, igualmente de madeira onde hoje se encontra a atual matriz […] (SILVA, MORAES, 2001, p.16).

A exploração do carvão fez a cidade aparecer no mapa nacional e o pujante crescimento econômico teve reflexos na arquitetura da cidade. O arquiteto Fernando Carneiro elabora projeto para a Igreja no bairro Próspera em 1956. Com planta-baixa em “x” e o uso de inovações nos acabamentos, o edifício foi considerado um marco na arquitetura contemporânea (SILVA; MORAES, 2001).

Durante o período de exploração (a céu aberto) do carvão, a arquitetura era marco visual na paisagem árida e escura. “[…] apresentava um oásis diante da danificação do lugar pela exploração desenfreada do carvão” (SLVA; MOARES, 2001, p.17). Durante a década de 1970, era possível no mesmo horizonte observar a caixa de embarque do carvão, o solo de pirita (rejeito de carvão, com cor escura), as casas operárias e a Igreja.

A arquitetura da Igreja de Nossa Senhora da Salete teve como principio apresentar a hegemonia da fé cristã trazida pelos imigrantes e vivenciada pelos operários. Foi cultivado e financiado pela carbonífera explorado do carvão até mesmo como um espaço de controle e disciplina dos trabalhadores. Após refletiu uma nova arquitetura de uma cidade em forte crescimento. Hoje essa arquitetura ainda é forte e representativa na paisagem urbana. No entanto, as gerações mais novas pouco conhecem da história dessa arquitetura e de seu lugar.

Chama-se a atenção para a importância de se explorar as relações históricas que guardam o lugar onde se projeta. Tal interesse pela história urbana reflete a predisposição para o entendimento do entorno e do contexto em que se trabalha. Uma análise centrada no objeto e no terreno isolado é incapaz de levar à compreensão da obra em sua complexidade urbana e territorial, sendo necessária a abertura do campo de visão, considerando: a história, a memória, a identidade, entre outros tantos condicionantes.


Referências:

GUIMARÃES, Marcos Vinícius Teles. A paisagem através da arquitetura. O edifício Niemeyer em Belo Horizonte. Arquitextos, São Paulo, ano 14, n. 161.01, Vitruvius, out. 2013. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/14.161/4910&gt;. Acesso em 04 de out. 2015.

OSTETTO, Lucy Cristina; COSTA, Marli de Oliveira. Circulando por lugares sagrados: reconhecendo a memória religiosa de Criciúma. Criciúma, SC: UNESC 2001. 113 p. (Cadernos do patrimônio histórico de Criciúma; 1).